Por Daubert Gonçalves*
No caudaloso rio da internet encontramos todos as frases, ditados e os mais variados conselhos que, “milagrosamente” vão resolver todos os seus problemas, mas, mesmo com toda essa “inspiração” ainda a maior parte é de transpiração.
Uma das grandes dificuldades para pessoas e empresas é a direção e determinação de liderança pois envolve uma gama infindável de combinações de características e situações que, não raras vezes, acabam indo na contramão da necessidade.
Liderança nada mais é que o fenômeno social que determina a influência entre pessoas dentro de um contexto para um objetivo específico.
Essa Liderança pode ter três estilos básicos:
Autocrática que se caracteriza pela centralização exigindo obediência do grupo com ênfase no lider.
Democrática com abertura para participação dos demais integrantes do grupo com ênfase dividida entre o líder e os subordinados.
Liberal com o mínimo de controle por parte do líder e com ênfase sobre os subordinados.
Mais precisamente no Brasil, em função das batalhas político ideológicas por interesses particulares, é costumeiro dizer que a liderança democrática é a mais indicada para qualquer empresa mas isso não é verdade.
O estilo de liderança tem que ser escolhido de acordo com a situação da empresa bem como a maturidade do grupo envolvido. Vou exemplificar.
Imaginem o seguinte quadro:
Durante uma reunião financeira, com 20 pessoas, onde os especialistas estão discutindo o melhor rumo a ser tomado o alarme de incêndio dispara e sinais de fumaça são notados por todos no andar.
Naquele momento o líder, não obrigatoriamente o chefe, tem que tomar decisões para minimizar os danos e preservar as vidas.
Pensando no objetivo, que é preservar vidas, analisemos de acordo com o tipo de liderança
Supondo que naquele momento seja escolhida a liderança DEMOCRÁTICA (ênfase dividida entre o líder e os subordinados) todos deverão permanecer sentados e, instalada a brainstorming até chegarem a um senso comum todos morrerão.
Escolhendo a liderança LIBERAL (ênfase nos subordinados), onde exceto o líder opinará, dezenove deverão escolher a melhor forma de preservar vidas. Para isso os subgrupos naturais agirão e haverá demora na formação dos grupos e, consequentemente, na decisão e todos morrerão.
Neste caso a liderança AUTOCRÁTICA é a ideal em função do pequeno tempo que a decisão deverá ser tomada alcançado assim o objetivo que diminui o período de resposta das atividades.
Lembrem que liderança autocrática não é sinônimo de ditadura ou satisfação pessoal; liderança democrática não significa colocar tudo em votação e liderança liberal não significa ausência de comando ou abandono do grupo.
Para que haja liderança três elementos são obrigatórios: líder, seguidores e a situação como já foi exemplificado.
O líder traz sua autoridade, seja ela formal ou informal, acompanhada dos traços de personalidade; os seguidores apresentam seus motivos, interesses e maturidade, que veremos em breve, e a situação é o que define não só o tipo de liderança como é o motivo desta existir.
Para definir o estilo de liderança situacional ou contingencial existe dependência obrigatória da habilidade do líder em detectar a necessidade do grupo para que o objetivo seja alcançado e, não raras exceções, pode-se utilizar os três estilos de liderança no mesmo grupo variando, apenas, a situação.
Cada estilo de liderança possui situações ou contingências específicas como nos exemplos abaixo:
Liderança autocrática: Utilizada para integrar funcionários novos e não conhecem o trabalho; com funcionários que não querem colabora e/ou não assumem responsabilidades; pessoas dependentes; situações de risco ou perigo
Liderança democrática: Indicada para condução de funcionários que conhecem bem o serviço; integrantes participativos, responsáveis e comprometidos com o trabalho e resultados; situações que não necessitam decisões imediatas.
Liderança liberal: Grupos onde a autogestão pode ser implementada pois o nível de capacitação dos funcionários é alto bem como o comprometimento com o objetivo.
Faço uma observação no sentido de se haver investimentos de formação nos integrantes do grupo para uma relação inversamente proporcional entre o aumento da comunicação e diminuição no tempo de execução.
*Daubert Gonçalves é Graduado em Gestão Pública, MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades, Auditor Interno ISO 9001/15 e coordena a estratégia e os trabalhos da equipe do GRUPO TOL.