SÉRIE: QUAL TIPO DE EMPRESÁRIA OU EMPRESÁRIO VOCÊ É? # 4 – AS XÍCARAS CHEIAS

*Por Daubert Gonçalves

4 – AS XÍCARAS CHEIAS

Quantas vezes você conversou com pessoas com a “xícara cheia”?

Pessoas com a “xícara cheia” (XC) são pessoas que, por mais variado que seja o assunto, elas simplesmente não ouvem, não se importam com a forma ou conteúdo que seja demonstrado sempre terão a única solução. Quando falo única, é a única mesmo!

Não estão abertas a outras opiniões, nem sequer a outros métodos e muito menos ainda a outras óticas de problemas que, normalmente, são de fácil solução.

Para o entorno essas pessoas trazem vantagens e muitas desvantagens e para começar bem a semana vamos tratar das vantagens.

Entendam que estas “vantagens” são exclusivamente para quem orbita estes seres, ou seja, quem trabalha junto, se relaciona mantendo alguma relação de interesse comercial.

Vantagem 1 – Toda e qualquer responsabilidade sobre a decisão é exclusivamente de quem possui a ‘xícara cheia”, desta forma, a não ser que haja um problema de caráter que faz “terceirizar” a culpa, os prejuízos causados são exclusivamente de sua conta.

Vantagem 2 – Não existe.

Estamos tratando do meio empresarial e, como a maioria sabe, os números não aceitam desaforo. Pensando desta forma, as decisões de nível estratégico, seja a empresa que for, determinam o futuro da empresa, das empregadas e empregados**, fornecedores, prestadores de serviço e toda uma rede que, em tese, está ligada ao bom funcionamento da primeira empresa.

É um engano pensar que as atitudes internas atingem apenas quem está sob o teto da empresa, existe um desmembramento muito mais longo do que os olhos simplesmente veem. Para exemplificar:

Em um dia dito normal em qualquer empresa, independente do seu tamanho, temos empregadas e empregados no interior da “firma”, máquinas funcionando, equipamentos sendo utilizados, veículos transportando pessoas ou materiais, energia elétrica consumida, um estabelecimento (prédio) sendo este o mínimo a ser analisado.

O funcionamento deste conjunto pode assumir uma característica semi autônoma se o alinhamento entre os setores e, principalmente, das pessoas que a compõe estiver alinhado a um objetivo comum que, por menos que alguns queiram, é o bem estar da organização.

Mesmo considerando uma pequena empresa, estes “objetos” estão em sua constituição.

No decorrer do tempo as proprietárias e proprietários instituem sua rotina que nem sempre está alinhada à necessidade de mercado. Normalmente os sócios fundadores se prendem em um passado que “deu certo”, não inovam, não buscam outras bases de dados de conhecimento (knowledge) e, com sua rotina constituída, dando “certo” e pagando as contas, simplesmente não se preocupam a se atualizar pois seu conhecimento é suficiente para manter a empresa “funcionando”

Claro que isso ocorre normalmente em empresas familiares onde os principais cargos são ocupados por parentes da(o)(s) proprietária(o)(s) e nenhuma perspectiva de crescimento profissional é possível para as empregadas e empregados mas, não tão raros casos, também ocorrem em empresas não familiares de pequeno e médio porte.

Voltando ao nosso exemplo, a proprietária ou proprietário já possuem sua rotina estabelecida, traduz para os demais que apenas eles tem a solução para todos os problemas e que sua solução é a primeira e exclusiva opção.

Com este posicionamento cria uma base de ações previsível porém estática sem a possibilidade de novos processos serem instituídos e os possíveis “atalhos” ficam renegados ao ponto de não serem cogitados causando a estagnação nos processos e nos procedimentos internos.

No Japão, as empresas funcionam “ao contrário” (sem intenção de trocadilho), são as empregadas e empregados que “estipulam” o formato dos processos pois estão na linha de frente, onde as dificuldades realmente ocorrem. Com isso os “chefes de área” lidam em um curtíssimo espaço de tempo com os problemas e determinam a correção em tempo ao ponto que a linha de produção não seja interrompida e/ou prejudicada. Os setores superiores recebem os relatórios com as alterações e os manuais de procedimento são alterados. Este é um dos grandes “segredos” da produção japonesa e de como as empresas progridem em tempo excepcional comparado ao restante do mundo. Basta citar que o Japão passou por transformações culturais drásticas, guerras além, é claro, dos desastres naturais que dizimaram cidades reconstruídas com exatidão e rapidez.

Isso ocorre porque os processos estão alinhados e a construção de novos procedimentos são ágeis pela competência técnica (knowledge) além de serem flexíveis em função da necessidade.

Lembram da relação orbital da empresa exemplo?

Continha, neste caso:

– Empregadas e empregados

– Fornecedores

– Prestadores de serviço

– Equipamentos

– Veículos

– Energia elétrica

– Instalações

Bem, considerando que o nível estratégico desta mesma empresa seja “XC”, as empregadas e empregados, por mais motivados que cheguem, se recolhem exclusivamente ao operacional pois sua motivação não é devidamente explorada, suas sugestões são vilipendiadas ao ponto de nunca verem qualquer sugestão pelo menos considerada.

Os fornecedores deixam de sugerir novos produtos e passam de parceiros a repositores de material onde ganham seu dinheiro;

Os prestadores de serviço respondem exclusivamente ao necessário para que seu pagamento seja garantido pois qualquer sugestão se torna um “momento de desconfiança” para a proprietária ou proprietário se indagando, na maioria das vezes, em querer saber o que “realmente” querem com esta “sugestão”

Os equipamentos se tornam obsoletos com grande velocidade e o nível de produção baixa para apenas o necessário ao invés de propiciar crescimento para a organização

Os veículos são frequentemente reparados pois novos “não são necessários” considerando que os atuais cumprem sua função porém o custo de reparo é constante gerando uma necessidade de reserva de “emergência” muito maior com um custo maior ainda.

Novas tecnologias como, por exemplo, banco de capacitores jamais serão cogitados pois, na mentalidade da(s) proprietária(s) e proprietário(s) o dimensionamento do quadro de distribuição sempre foi suficiente e, afinal, as contas estão sendo pagas.

E, para este exemplo, por fim, por qual motivo esta(s) empresária(s) e empresário(s) deveriam melhorar as instalações? Sua visão é de que tudo está funcionando muito bem e as contas estão sendo pagas além de garantir uma viagem aqui ou alí.

Trabalhar em uma empresa com o nível estratégico engessado serve sim para alguns, normalmente para pessoas que estão próximas à aposentadoria pois, na maioria destes casos, o que interessa é apenas a passagem e contagem do tempo e para pessoas acomodadas, que não se preocupam com o crescimento pessoal e profissional e que procuram um lugar para ficar e reclamar.

Qual o remédio: É lógico que a alteração de costumes é dolorosa e incômoda mas se você compreende que sua empresa é importante para a sociedade e que a atualização dos movimentos internos também se refletem na sociedade e, ainda, que a sua atualização é necessária para uma sociedade melhor, contrate uma assessoria.

Este  é o ponto onde a “viciada” ou “viciado” compreendem que precisam de ajuda e que essa ajuda vem para alterar o que precisa ser melhorado ao pondo de contrariar muitas determinações baseadas unicamente em costume. Uma boa assessoria empresarial, apesar de pouco valorizada no Brasil (como tudo) é a observadora do jogo de xadrez fora da mesa. Enxerga os movimentos com antecedência e sugere as melhorias internas e externas.

É lógico que a assessoria não fará milagres e é necessário que as proprietárias e proprietários estejam dispostos a se depararem com seus equívocos. Como comentei, é um processo doloroso e incômodo mas trará grandes benefícios para sua empresa e toda sociedade.

Se você achou o texto engraçado é porque conhece alguém com este perfil, mas, se você ficou irritada ou irritado com o texto é porque possivelmente é uma empresária “xícara cheia” ou empresário “xícara cheia”. Eu posso te ajudar.

Até o próximo “Que tipo de empresária ou empresário você é?”

Daubert Gonçalves

*Daubert Gonçalves é Graduado em Gestão Pública, MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades, MBA em Ciências Políticas, Bacharelando em Administração Pública e Auditor Interno ISO 9001/15.

** Alguns gestores de RH insistem em falar de colaboradores, pois bem, quando você se candidata a uma vaga você busca um emprego ou um local onde vai colaborar? Quem é absorvida ou absorvido por uma empresa em função de um emprego é empregada ou empregado. Colaboradora ou colaborador simplesmente colaboram, não precisam receber para isso.

SÉRIE: QUAL TIPO DE EMPRESÁRIA OU EMPRESÁRIO VOCÊ É? # 3 – OS VAMPIROS

*Por Daubert Gonçalves

3 – OS VAMPIROS

A maioria das empresárias e empresários tem a obrigação moral de valorizar seus produtos e empresas gerando a expectativa de solução de problemas para seus clientes, isso não é novidade. Agora, se alimentar da expectativa alheia para poder produzir pelo simples fato de não possuir energia própria isso já é bem diferente.

O grupo de empresárias e empresários que trarei neste texto literalmente “rouba” energia de suas funcionárias, funcionários, fornecedores e prestadores de serviço com suavidade e estratégias que estão muito além do eixo de “normal”.

Quando elas e eles aparecem?

Quando percebem que eles têm algo que pode ser interessante para quem observa. A partir deste momento entram em simbiose de concordância para atrair sua “presa” do momento. Do momento porque se “alimentam” da expectativa de quem se aproximar com a menor cerimônia possível.

O comportamento usual deste tipo de empresária ou empresário é de ser agradável, mas com certa distância. O espaço que estes seres mantêm é a chave de ouro para alcançar seu objetivo detendo uma órbita de pessoas satélites que, atraídas pelo seu “magnetismo” inflam seus egos de utilidade excepcional do meio em que transita.

Não fazem questão de demonstrar a todo instante o que possuem, afinal, este é o trunfo que manterá sua “órbita” de “sedentos” e a centralidade das intenções sobre suas cabeças em um movimento contínuo de absorção simulado de troca justa. Afinal, para quem estas empresárias e empresários trabalham a não ser para si mesmos. Elas e eles não se importam com a empresa, com as funcionárias e funcionários, fornecedores ou prestadores de serviço, seu único objetivo é se satisfazer com a atenção alheia mostrando o objeto de desejo à distância e instigando seus “observadores” a se esforçarem ao extremo para alcançar sem nunca ser entregue.

A sua necessidade de atenção é desesperada ao ponto de, passivamente, até, se demonstrarem frágeis e com melancolia quando o que há para oferecer não atrai a quantidade “suficiente” de expectadoras e expectadores.

Vou exemplificar para esclarecer:

Um determinado empresário conversava com um conhecido que trabalha no ramo de imóveis. No decorrer da conversa citou uma área muito negociável de um parente próximo e que, segundo sua visão, seria um bom investimento para qualquer pessoa que tivesse condições de adquirir a área. O conhecido, que é profissional da área, se interessou, começou a perguntar e a conjecturar possibilidades de contato com os proprietários. O tal empresário continuou a fornecer informações a respeito da tal área, que tinha estrutura próxima, saídas favoráveis para a rodovia mais próxima, futuros pontos de integração com a cidade pela parte anterior das estradas informais que serviam o local, enfim, esboçou todas as possibilidades positivas. O conhecido deste empresário se prontificou a intermediar todas as fases de negociação, apresentação de possíveis interessadas e interessados, enfim, gerou expectativas para uma negociação que seria boa para todas as partes quando, sem o menor aviso, sem a menor cerimônia o empresário se volta para o conhecido e diz: “Ah… é melhor deixar pra lá porque o meu outro parente já está vendo tudo isso”.

É claro que um balde de água fria foi jogado sobre a cabeça do “conhecido” que, até aquele momento, entendia estar iniciando uma boa negociação de acordo com os dados e situações expostas pelo empresário, mas, na verdade, o que o empresário queria era apenas sugar a atenção do conhecido, este foi o único motivo, alimentar e inflar seu ego com importância que, neste caso, nem era dele ou de algo que o pertencia mas simplesmente demonstrar poder com o alheio.

Este é o comportamento médio das “vampiras” e “vampiros” travestidos de empresários que encontramos. Sempre estão com algo que interesse para suas “vítimas” e as envolvem em uma teia de desejos e possibilidades empresariais que, ao fim, serão inatingíveis

Outro modus operandi dessas empresárias e empresários é o pedido frequente e contínuo de propostas comerciais. Este artifício é utilizado normalmente para fornecedores e prestadores de serviço que necessitam negociar para manter seu sustento.

Em face desta situação as empresárias e empresários vampiros ficam aguardando as ligações, e-mails, mensagens de whatsapp até exaurirem toda e qualquer forma de iniciativa de quem procura e pensa que precisa manter algum tipo de relação com estas criaturas nefastas.

Para quem acha que só com o pensamento alheio que o método é corroborado, Adam Smith, pai da economia moderna disse:

“não é da benevolência do padeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar, mas sim do empenho deles em promover seu auto-interesse

Esta frase demonstra a alavanca das negociações, mas também deixa muito bem claro que TEM QUE SER uma via de duas mãos. A necessidade de se alimentar ao interesse em fornecer o jantar. Neste caso em particular existe uma necessidade real com um interesse real. A intersecção destes dois fatores resultam em uma negociação clara, leve, objetiva e lucrativa para ambos.

As empresárias e empresários vampiros estupram o equilíbrio desta balança para obter a atenção que, em tese, não está satisfeito dentro de si. Não há limites de ação para alcançarem o quantitativo de atenção que essas criaturas pensam ser suficiente, mas que na verdade, nunca trará alegria e paz. Este tipo de empresária ou empresário são, normalmente, “descoladas” e “descolados” externamente mas nutrem uma grande frustração interna. Em função disso manipulam quem se aproxima precisando de algo que possuem ou que podem auxiliar no contato não apenas para se sentirem úteis, mas para, ao final, interromper o processo e serem “beneficiados” com a frustração de suas presas.

Elas e eles não pensam em sociedade equilibrada, não se surpreendem com um caminhão de mudança baixando a rampa para uma senhora poder chegar no seu carro sem molhar os pés na enxurrada, não compreendem que o real e verdadeiro bem comum deve ser o objetivo do empresariado. Sua compreensão mal vai além do fim da mesa que ocupa e chamam de sua. Não estão preparados para somar, apenas para subtrair dos outros para aumentarem seus saquinhos de moedas mesmo que isso signifique esvaziar ou nada colocar no saquinho dos demais e para que este sentimento não venha à tona colaboram com entidades assistenciais, fazem parte de associações onde “os bons” se reúnem e diluem seu veneno com a sociabilização da culpa posta à mesa de jantares, festas, celebrações de “dias especiais” que camuflam o comportamento sórdido e enganoso.

Uma consideração pertinente é observar que estas empresárias ou empresários vampiros estão, normalmente, dentro de empresas familiares.

Qual o remédio: Para quem trabalha com alguma “vampira” ou “vampiro”: mantenha a distância e não se deixe enredar pelas teias destes seres. Para quem é prestadora ou prestador de serviço ou fornecedora/fornecedor: tenha ciência que precisarão do triplo ou quádruplo de energia para conseguir a metade ou um terço do que pretende inicialmente. O segredo de negociação com estas criaturas é provar que o que está sendo oferecido trará lucro social rápido.  

Se você achou o texto engraçado é porque conhece alguém com este perfil, mas, se você ficou irritada ou irritado com o texto é porque possivelmente é uma empresária “vampira” ou empresário “vampiro”. Se quiser mudar isso, me procure que te corrijo mas atenderei você por vídeo conferência.

Até o próximo “Que tipo de empresária ou empresário você é?”

*Daubert Gonçalves é Graduado em Gestão Pública, MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades, MBA em Ciências Políticas, Bacharelando em Administração Pública e Auditor Interno ISO 9001/15.

SÉRIE: QUAL TIPO DE EMPRESÁRIA OU EMPRESÁRIO VOCÊ É? # 2 – OS BONZINHOS

Por Daubert Gonçalves*

2 – OS BONZINHOS

 

É necessário compreender que estes dois primeiros textos da série “Qual tipo de empresária ou empresário você é?” são, assim como os demais serão, sugestões de desconstrução de estereótipos de defesa. Também é preciso refletir por qual motivo algumas empresárias e empresários precisam tanto se defender atrás de máscaras de conveniência.

A prerrogativa sine qua non de empresárias e empresários é a coragem. Sim! Coragem de abrir uma empresa e arcar com todas as responsabilidades além de centenas de milhares de cobranças diárias quando não noturnas. Se a coragem é característica básica de empresárias e empresários, por qual motivo tentar se esconder?

Os chamados “bonzinhos” assumem esta postura por, principalmente, se convencer que é tão, senão mais, importantes que os demais seres da sociedade. Com isso as caras e bocas elaboradas para quem os aborda são unicamente para serem reconhecidos como úteis em algum lugar e para alguém como, por exemplo, para seus funcionários se “orgulharem” de trabalhar para uma “divindade” de bondade.

Com este comportamento a boazinha ou o bonzinho iniciam seu processo de aliciamento com os mais diversos “pedidos” pois é muito difícil para o(a) “coagido(a)” dizer não para quem é “tão boa” ou “tão bom”.

As empresárias ou empresários que possuem essa característica utilizam fala suave e mansa, postura frágil como a personagem Dolores Umbridge, ministra da magia do filme A Ordem da Fênix da série Harry Potter mas tão cruéis também como a personagem que ataca seus subordinados, fornecedores e prestadores de serviço que normalmente se “desarmam” diante da postura “agradável”. Quando em uma negociação franca normalmente utilizam a frase “Ahhhh… eu não sei bem” ou algo do gênero para se valorizar mediante a necessidade dos funcionários, fornecedores e prestadores de serviço.

Se enxergam como o poço de distribuição de bondade levando amor e esperança para todos ao seu lado. Buscam atenção incondicional pois esta é o combustível para encontrarem motivo para continuar. Vejam, é um círculo muito delicado de “roubo de energia”, muito sutil ao ponto dos mais atentos serem envolvidos e até recomendarem para outros colegas de profissão e pessoais como se fosse um exemplo a ser seguido pela humanidade. Na verdade, as “boazinhas” e os “bonzinhos” buscam isso mesmo, serem o espelho da sociedade enquanto trocam descontos e serviços como se fossem obrigações e favores que recompensam sua atitude divina na sociedade.

Vocês já ouviram a expressão “Por fora bela viola, por dentro pão bolorento”?

Esta é a reflexão para quem encontra em si estas características. Em que está atrelada a necessidade de demonstrar para a sociedade ao entorno de serem boazinhas ou bonzinhos?

A reposta é aceitação.

Estes seres “diferentes” normalmente estão envolvidos em grupos e associações beneficentes pois, como já dito, precisam ser reconhecidos como divindades da bondade e serem aceitos como tal. Estão em clubes de serviços, entidades religiosas, associações sem fins lucrativos**, grupos beneficentes das mais diferentes espécies, anjos da noite, sopa da madrugada e outros.

O principal problema que levam para dentro das suas empresas é que, mesmo a contabilidade e o financeiro indicando um gráfico negativo, fazem doação de qualquer peça, produto ou serviço para os grupos que fazem parte ou que chegam até eles mas só conseguem continuar desta forma por explorar impiedosamente suas funcionárias e funcionários, fornecedores, prestadores de serviços e amigas e amigos que sempre observam dificuldades na empresa, na vida pessoal das “boazinhas” e “bonzinhos”, prestam ajuda mas o “problema” nunca é resolvido.

Diante deste quadro as “boazinhas” e “bonzinhos” mantém a “cara de pet” magoado sempre à demonstração. Vocês lembram da vitimização das “mendigas” e “mendigos” do texto passado? A intensidade nestas divindades da bondade é de convenção pois ao invés de pedirem para si, sempre colocam terceiros como motivo.

Vou exemplificar:

Prestei assessoria para uma empresa onde os principais envolvidos (um casal) possuíam a característica de “boazinha” e “bonzinho”. Os fornecedores e prestadores de serviços sempre ficavam em quarto ou quinto plano pois o dinheiro da empresa sempre tinha que suprir a primeira necessidade de manter o entorno, ou seja, as finanças da instituição eram totalmente voltadas para manter as aparências através da filantropia pois, na mente deles, manter suas ações beneficentes na sociedade justificavam o rombo que criavam no caixa. O malabarismo se complicava pois, com exceção da empresa de água e de energia elétrica, não mantinham uma carteira de fornecedores confiáveis e constantes pois simplesmente devia para todos que estavam na carteira e passavam a dever para os novos sendo obrigados a procurar fornecedores cada vez mais distantes. Como o cadastro sempre era novo havia a obrigação de pagar à vista mas, para serem reconhecidos como o “casal bondade”, vendiam com prazo de trinta e até sessenta dias. Para manter este “plano mirabolante” fustigavam a boa vontade das funcionárias e funcionários tanto na exploração do período de trabalho, que sempre era maior que o “combinado” como pelos atrasos de pagamento dos próprios vencimentos da equipe. Nos dias que qualquer pessoa se negava a atender as “necessidades” da empresa a cara de poucos amigos no dia seguinte era inevitável beirando o assédio moral.

O fim desta história foi que, não fosse a programação que instituí no financeiro, também teriam atrasado o pagamento da assessoria pois, pasmem, chegaram a conversar comigo para que o pagamento semanal passasse a ser mensal pela dificuldade que ultrapassavam mas a distribuição de cobertores nunca parou, o dízimo da instituição religiosa que faziam parte nunca atrasou, a compra do supermercado para o alimento aos carentes nunca falhou entre outras ações de cunho beneficente jamais poderiam ser interrompidas pois a necessidade de aceitação é maior que o compromisso com as obrigações da empresa.

E aí?

Você está “violentando” sua empresa para ser reconhecida ou reconhecido como seres divinos da bondade na sociedade?

Está desviando recursos importantes da sua empresa para satisfazer seu ego?

Continua fustigando funcionárias ou funcionários para manter sua casca brilhante?

Se pelo menos uma destas respostas foi sim, cuidado, a possibilidade de você não ter empresa em menos de um ano é muito grande.

Qual o remédio: Para quem trabalha com algum “boazinha ou bonzinho”: arrume outro emprego. Para quem é prestador de serviço ou fornecedor o mesmo do anterior: Cliente ruim você deixa para a concorrência.

Se você achou o texto engraçado é porque conhece alguém com este perfil mas, se você ficou irritada ou irritado com o texto é porque possivelmente é uma empresária “boazinha” ou empresário “bonzinho”. Se quiser mudar isso, me procure que te corrijo mas, de você cobro por semana e adiantado.

Até o próximo “Que tipo de empresária ou empresário você é?”

*Daubert Gonçalves é Graduado em Gestão Pública, MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades, MBA em Ciências Políticas, Bacharelando em Administração Pública e Auditor Interno ISO 9001/15.

** Entidades sem fins lucrativos não são aquelas que funcionam sem dinheiro, mas as que não apresentam lucro ao final do ano fiscal. Traduzindo, em termos práticos e pouco técnicos, podem movimentar milhões durante o ano e apresentar um balanço com zero no final deste período que “se confirma” como sem fins lucrativos.

SÉRIE: QUAL TIPO DE EMPRESÁRIA OU EMPRESÁRIO VOCÊ É? #1 – OS MENDIGOS

Por Daubert Gonçalves*

1 – OS MENDIGOS

Claro que toda empresária e empresário buscam a maior economia para sua empresa. Acontece que alguns fazem questão de se demonstrarem os humanos mais desafortunados pelo menos do quarteirão.

A empresária e o empresário mendigos tem por objetivo não apenas conseguir o melhor preço, mas convencer os prestadores de serviço, os fornecedores e outros à sua volta que são dignos de compaixão, que, por exemplo, o prestador de serviço tem que ficar com pena ou dó da situação da empresa, dele e de quem mais este ser maléfico pensa e realizar o serviço 30, 40, 50% mais barato quando não de graça.

A característica principal da empresária e empresário mendigos é a lamentação. Quando estão em negociação querem apelar para o “bom coração” do outro, buscam uma conotação passional onde pensam que são melhores pois, normalmente, se julgam bons moços e boas moças e que o mundo tem obrigação de recompensa-los por isso como se não fosse uma obrigação para com a sociedade.

Não raras vezes, em uma conversa informal, se vangloriam de terem ido passar o final de semana nas praias mais badaladas, tomarem as cervejas mais caras, fazerem passeios fenomenais e, quando vão falar sobre negócios, soltam: “Ah… mas você tem que me ajudar” além, é claro, de querer que o fornecedor ou prestador de serviço trabalhem de graça ou entreguem o produto sem custo para a empresária mendiga ou o empresário mendigo.

É uma característica predominantemente masculina mas quando ocorre na empresária (sexo feminino) visível pois a visita ao cabeleireiro é semanal, as unhas feitas duas, três vezes por semana, calçados caros e na hora da negociação acham que a outra parte tem obrigação de ser bondosa e o preço ser jogado para abaixo do custo por conta de um “coração bom”. No homem normalmente o empresário mendigo fica “chorando” baseado na paz mundial e na bondade divina para regatear preço como se o prestador de serviço ou fornecedor não tivesse conta para pagar e ele, somente ele, fosse o ser que merecesse ganhar dinheiro para sobreviver.

Um comportamento muito típico da empresária e do empresário mendigos é demonstrar fragilidade externa. Isso também é utilizado para que as pessoas do entorno se compadeçam e acabem trabalhando de graça para estes sugadores de energia. Não é difícil de, quando alguém se predispõe a ajuda-los, simplesmente desaparecem e deixam os(as) idiotas trabalhando de graça e sozinhos.

Um argumento muito frequente para a empresária e empresário mendigo é Deus.

Isso mesmo, jogam Deus em tudo que negociação como se o outro tivesse a obrigação indiscutível de entregar o serviço ou produto pela fé. Não são raras as ocorrências em que a empresária e o empresário mendigos literalmente apelam para o divino para tirar proveito do “irmão” ou “irmã”.

Vou exemplificar com uma cena:

Presto alguns serviços há vários anos e comuniquei um cliente um aumento de 5% na mensalidade. Este, por sua vez, soltou um “ÊÊÊÊÊÊ!” sem cerimônia nenhuma. Até aí, pelo tempo de contato e proximidade poderia, até, pensar em período de pandemia, baixa do giro comercial e uma centena de fatores que justificariam o descontentamento não fosse o fato de dois dias antes este mesmo cliente se vangloriar de ter concluído a casa onde gastou mais de 400 mil reais só na construção, de, também, tempos atrás, ter comprado várias cervejas por R$ 25,00 cada long neck e levado a esposa para jantar no Edifício Itália em São Paulo.

Uma outra “ocorrência” que foi até engraçada:

Um outro cliente ficou negociando por vários dias a respeito da construção da comunicação escrita da sua empresa. Depois que passei o orçamento veio comentar que os valores eram altos, que a empresa ia quebrar se contratasse o serviço.

Bem, a empresa em questão produz máquinas para o mundo inteiro, a de menor preço está na faixa de R$ 800.000,00, o lucro por peça ultrapassa os 60% e, durante a conversa, o prestador de serviço que lava carros para ele veio trazer o veículo do “coitadinho” com empresa que não se “aguenta”: Uma Mercedez GLA 200 de 2020 (esta passagem ocorreu em novembro de 2020).

Mais um exemplo:

Vi um prestador de serviço que trabalha com comunicação visual oferecer cartões digitais para empresários. Este cartão é muito útil pois centraliza os contatos, redes sociais, localização e qualquer outro item que seja de interesse da empresa. Pois bem, nesta negociação o “cliente” demonstrou todo seu potencial, que trabalha com uma multinacional, que precisa de um cartão com apresentação para classe A e A+, que na segunda feira, depois da viagem com a família para outro estado, gostaria que o layout de sugestão estivesse pronto para sua avaliação.
O prestador de serviço aprontou três opções para o empresário e na segunda feira, nas primeira horas, enviou os modelos para avaliação do cliente. Na terça, como não recebeu resposta alguma, contatou o “cliente” que disse ter gostado muito do modelo “x” mas que estava estudando a viabilidade de pagamento do projeto.

Cabe aqui meu comentário: O projeto custava R$ 130,00.

Ora! Como assim? O tal “empresário” vomita que trabalha para multinacional, que quer um produto para classe A e A+, que foi viajar para outro estado com a família e vai “estudar a viabilidade financeira” para pagar R$ 130,00???

Minha conclusão: É ser muito mendigo.

Minha sugestão que foi acatada pelo prestador de serviço: Bloqueou no whatsapp e “demitiu” o quase cliente.

Entendam que em momento algum sugeri que estas empresárias e empresários mendigos não mereçam o que é de melhor para eles e para a família, penso sim que se o resultado do trabalho é positivo o dinheiro é para melhorar o padrão de vida mas, indico que este mesmo posicionamento ocorra na negociação, na contratação de serviços e compra de matérias primas e produtos que irão para a empresa.

Os empresários e empresárias mendigos querem economizar “na base”, conseguindo descontos impossíveis através de motivos passionais e de compaixão pela “vida difícil” que levam tocando a empresa.

É uma classe de aproveitadores dos mais hábeis e não se irrite se já caiu na lábia de algum deles, leva um tempo para se afastar deste tipinho pois normalmente são extremamente agradáveis e cativantes.

Claro que é difícil pois esta classe de aproveitadores sociais se comportam como o carroceiro que “consegue” convencer o cavalo com uma cenoura pendurada em uma vara. Mostram o “potencial” financeiro e fustigam impiedosamente para conseguirem o que querem: Tirar proveito do prestador de serviço ou fornecedor com base passional. Estes não possuem escrúpulos para alcançarem o objetivo e percebem o interesse alheio, e é justamente isso que esperam. Se você sucumbir a este tipo de empresário ou empresária esteja certo se este foi seu único negócio no dia o final da conta será negativa.

Qual o remédio: Cliente ruim você deixa para a concorrência.

Se você achou o texto engraçado é porque conhece alguém com esta característica mas, se você ficou irritada ou irritado com o texto é porque possivelmente é uma empresária mendiga ou empresário mendigo. Se quiser mudar isso, me procure que te ajudarei, mas vou cobrar.

Até o próximo “Que tipo de empresária ou empresário você é?”

Daubert Gonçalves

*210529_Daubert Gonçalves é Graduado em Gestão Pública, MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades, MBA em Ciências Políticas, Bacharelando em Administração Pública e Auditor Interno ISO 9001/15.

OS “BENEFÍCIOS” DO COVID-19

Por Daubert Gonçalves*

Observar apenas e unicamente as boas oportunidades quando os ventos são favoráveis é, no mínimo, despreparo baseado em um teologismo medieval que, indubitavelmente, rumará para o desastre. Outra perspectiva equivocada é a famosa frase, “Mas sempre fizemos assim”.

Pois bem, o Covid-19 (Corona vírus) veio para comprovar teses medievais, modernas e contemporâneas.

É claro que este texto possui exclusivamente um olhar técnico, não estou vilipendiando as vidas perdidas, os doentes e todo esforço que a raça humana está empreitando para permanecer no planeta, não tenho a pretensão dessa insensibilidade, mas um momento como este é propício para as grandes mudanças e, enfim, tirar-nos da zona de conforto.

Einstein disse que é mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito, este é o momento que veremos vários preconceitos e hábitos serem desintegrados e alterados pois o assunto em voga é sobrevivência e o ser humano só altera seu interior quando algo grave acontece. É claro que quando Lavoisier afirmou que nada se cria, tudo se transforma temos que pensar em qual tipo de transformação queremos, mas, desta vez, temos condições de, pelo menos, indicar o caminho da transformação.

Para discorrer sobre o assunto vou estipular tópicos que serão comentados por classificação profissional e social.

1 – Nova instituição dos direitos iguais.

Essa questão que era amplamente divulgada e discutida em todos os locais presenciais ou virtuais teve uma solução acachapante pois, depois do advento “corona vírus” foi “descoberto” que as minorias não são apenas minorias assim como a maioria não é somente a maioria. Todos foram colocados no seu devido lugar de seres humanos. É claro que existe a diferença de tratamento em função do poder econômico, mas, deitados em uma maca, com a máscara do respirador encravada em sua face tanto faz o seu bolso porque os sentimentos mais profundos foram arrancados de dentro da alma escondida para o consciente e trazidos para o coletivo. Não existe distinção para quem quer viver e sobreviver. Veja hoje nas ruas as pessoas não se preocupam tanto se são brancas, negras, amarelas, vermelhas, heterossexuais, homossexuais, se o cabelo é liso, crespo ou encaracolado; se preocupam se você está de máscara e passou álcool em gel nas mãos ao ponto de, se alguém espirrar por causa do pó do TNT em um supermercado uma “colônia inteira de suricatos” irá olhar naquela direção e escolher entre ficar e correr (felizmente normalmente ficam).

2 – Aprendizado para diminuição dos índices de doenças respiratórias transmissíveis.

Este foi um dos resultados mais benéficos para a sociedade pois a nossa estranheza de ver pessoas circulando com máscaras em fotos tiradas no Japão já não é tão abismal assim. Houve o reconhecimento social e governamental que existe a possibilidade de diminuir as ondas de H1N1 e outras pelo simples uso de máscaras e, consequentemente, diminuir o colapso do sistema de saúde nos períodos de maior incidência destas doenças simplesmente com o uso das máscaras e devida higienização dos veículos do transporte coletivo. As prefeituras poderão, daqui por diante, utilizar o advento do “decreto” para beneficiar a população podendo recomendar e instituir o uso de máscaras em determinados períodos dando ênfase às escolas públicas. A higienização das mãos, seja por álcool em gel como por água e sabão, deverão ser amplamente divulgadas nos ciclos básicos de todas as instituições de ensino. No Japão os professores com máscaras e luvas higienizam os pés das crianças com um pulverizador, as crianças jogam a máscara que veio de casa fora, lavam as mãos, as roupas vaporizadas, a temperatura de olhos, boca e mãos é medida e só então entram na escola. Óbvio que no Brasil poucas medidas serão tomadas neste sentido pois, salvo maior engano, a maioria dos governos municipais e estaduais necessitam de um sistema de saúde alvoroçado para as compras emergenciais e desvios de verbas públicas, mas, mesmo assim, os hábitos serão alterados.

3 – Atualização do sistema educacional.

Existe uma excelente oportunidade de a meritocracia ser a onda do sistema educacional e trazer benefícios imensuráveis para alunos, pais e professores.

Com a utilização do sistema EAD os pais poderão realmente acompanhar o conteúdo que está sendo transferido para seus filhos e a ideologia (qualquer que seja) poderá ser extirpada da vida de nossas crianças. Teremos que resolver a questão social pois a escola é o primeiro instrumento “fora de casa” de convivência social mas existirá um meio termo a ser desenvolvido e seguido. Os princípios de boa convivência serão novamente retomados pelos pais pois, em alguns casos, os “anjinhos” e “anjinhas” são verdadeiros demônios na sala de aula onde não reconhecem a autoridade do(a) professor(a) e seria uma excelente chance de reeducar essas crianças e beneficiar as demais que querem estudar com a ausência das primeiras. Meu pensamento é que deveria haver um “mix” entre presencial e EAD em todas as fases da escola de formação.

José Mateus, cinco anos incompletos, em aula virtual.

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

4 – Valorização do profissional

Houve um reconhecimento do profissional que, até muito pouco tempo atrás, só era bom se o carro fosse do ano. Hoje, neste exato momento, o carro nem é visto. As competências e experiências são o diferencial do momento. Quem não se atualizou e ficou apenas esperando o tempo passar vai enfrentar muitas dificuldades para se manter em todas as áreas. Vi uma matéria sobre uma banca de peixes que iniciou seu atendimento delivery com pedidos por whatsapp e um dos sócios admitiu, em alto e bom som, que ficou feliz com o aumento rápido dos pedidos, mas se perdeu nas entregas por não possuir uma estrutura lógica e administrativa para aquela ocasião.

Entendam que se trata de uma banca de feira que vende peixes e a falta de conhecimento foi um fator determinante para os sócios procurarem conhecimento.

Este é um período onde o conhecimento fará grande diferença.

5 – Instituição em larga escala do Home office       

Quando eu era adolescente falei para meu amigo de 1° Colegial Euller: Quando tiver uma empresa vou sair dois dias para trabalhar e ficar cinco em casa. Mal sabíamos que este futuro não estava tão distante assim e só não me avisaram que os outros cinco dias também estaria trabalhando em casa.

Este tema corrobora o anterior; a maioria das “instituições” perceberam que o local onde o profissional realiza suas funções administrativas e muitas vezes práticas não importa. Grandes empresas como Microsoft, Apple, Google e outras já haviam percebido isso tanto que alcançaram topos empresariais por esta característica. Entenderam que um funcionário feliz rende muito mais que um funcionário encabrestado e “pularam” realmente do sistema burocrático para o sistema gerencial.

Em uma sociedade que ainda possui grandes ranços do sistema burocrático, com arquétipos altamente centralizadores e com a preocupação principal no sistema, o covid-19 está contribuindo, e muito, para que a migração para o sistema gerencial das empresas seja implementado e aceito. Não aceitar esta nova “roupagem” vai trazer dificuldades de mobilidade horizontal e vertical para as empesas e para seus integrantes. A eficiência e a eficácia serão testadas aos seus limites e os resultados serão mais importantes do que nunca com relação aos métodos que sempre deverão ser aceitos pela sociedade¹.

¹ A frase “Os fins justificam os meios foi deturpada durante um período de necessidade de controle político e social. A frase completa é: “Os fins justificam os meios desde que o fim seja o bem e os meios aceitos pela sociedade”

*Daubert Gonçalves é Graduado em Gestão Pública, MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades, Auditor Interno ISO 9001/15 e coordena a estratégia e os trabalhos da equipe do GRUPO TOL.

OPINIÃO

Por Daubert Gonçalves*

No perfil de Daniel Scott foi deixado o seguinte enunciado.

“Quantas horas um atendente de restaurante do McDonald’s precisa trabalhar para comprar um iPhone 11: EUA = 77 horas Brasil = 833 horas Essa é a grande consequência da nossa baixa produtividade, educação péssima e altos impostos como cereja do bolo. Na sua opinião, como podemos melhorar esse cenário?”

Minha resposta:

Algumas sugestões:

1.      Estabelecemos uma metodologia educacional voltada ao desenvolvimento intelectual ao invés do desenvolvimento de mão de obra.

2.      Pagar professores públicos melhor que políticos

3.      Instalar câmeras com áudio e acesso para todos os pais às salas de aula públicas

4.      Reintegramos através de programas e políticas públicas a mentalidade útil das crianças e jovens para quando forem pais não confundirem seus filhos com presentes por algo que é obrigação, como por exemplo, presentear por passarem de ano, que deverá ser obrigação, ou estes sempre irão procurar “alguma recompensa” por fazerem o correto como acontece com a maioria dos atuais políticos.

5.      Vincular os programas sociais às crianças e seus desempenhos na escola.

6.      Estruturar e instituir escolas de tempo integral com aprendizado esportivo e profissional sendo os dois últimos vinculados ao desempenho educacional com nota mínima 7,5.

7.      Instituir programas de desenvolvimento tecnológico e científico a partir do ensino médio para deixarmos de exportar nossos (as) gênios.

8.      Instituir programa obrigatório de trabalho para adolescentes que não frequentam escola

9.      Pagar policiais melhor que professores e políticos com vantagens sociais para o(a) integrante e família.

10.  Tornar os presídios os piores locais do mundo e demonstrar nas escolas o que as esperarão se não forem cidadãos de bem afinal a sociedade não tem que pagar vida boa para quem não colabora com a sociedade e dissemina a violência.

11.  Instituir programas de vivência em cadeias e presídios para os adolescentes resistentes demonstrando o que os esperará se continuarem a não cumprir suas obrigações como cidadãos.

12.  Instituir um número de identificação civil único

13.  Instituir empresas de fulcro público autossustentáveis para a colocação inicial de trabalhadores e outras para recolocação da dignidade através do trabalho e não do cabresto financeiro.

14.  Reduzir os sistemas de auxílio social para 6 meses com a obrigatoriedade de participação de curso profissionalizante para o (a)(s) adulto (a)(s) e para os outros seis meses (máximo) comprovar busca de colocação no mercado de trabalho com confirmação de entrega de procura pelas empresas e entidades através de protocolo controlado pelo Ministério do Trabalho.

15.  Instituir controles internos de produção.eficazes em todos os órgãos, empresas e autarquias públicas.

16.  Extinguir a estabilidade de funcionários públicos mantendo-os por merecimento baseado no art. 100 do Decreto 200/67.

17.  Instituir os códigos de processos administrativos Municipais, Estaduais e Federais para que haja um prazo legal para cada procedimento em qualquer instância.

18.  Reduzir a carga tributária em todos os setores para ao invés de aumentar os preços dos importados, baixar dos produtos nacionais.

19.  Obrigar, no sistema eleitoral, que postulantes ao cargo de vereador tenham obrigatoriamente, no mínimo, curso técnico na área de administração pública

20.  Obrigar, no sistema eleitoral, que postulantes ao cargo de prefeito e deputados estaduais tenham obrigatoriamente, no mínimo, curso superior na área de administração pública

21.  Obrigar, no sistema eleitoral, que postulantes ao cargo de governador e deputados federais tenha obrigatoriamente, no mínimo, pós-graduação na área de administração pública

22.  Obrigar, no sistema eleitoral, que postulantes ao cargo de senador tenham obrigatoriamente, no mínimo, mestrado na área de administração pública.

23.  Obrigar, no sistema eleitoral, que postulantes ao cargo de presidente tenham obrigatoriamente, no mínimo, doutorado em administração pública

24.  Instituir a obrigatoriedade de sufrágio universal para procuradores municipais, estaduais e federais podendo ser destituídos a cada 4 anos sempre no período central de prefeitos, governadores e presidentes.

25.  Instituir a obrigatoriedade de sufrágio universal para juízes, promotores, desembargadores e ministros do judiciário havendo novas eleições a cada 8 anos nos períodos centrais dos mandatos de senadores.

26.  Extinguir a bipartição de período de mandato de senadores instituindo o prazo máximo de 4 anos.

27.  Reduzir a quantidade de senadores para 2 por estado sendo o terceiro proporcional à participação do estado no PIB.

28.  Instituir a pena de morte para políticos, agentes públicos e funcionários públicos corruptos e julgados comprovadamente culpados em 2ª. Instância com apresentação pública das provas.

29.  Extinguir e proibir a tributação em cascata

30.  Instituir Imposto de Renda para todas as categorias em, no máximo, 5%

31.  Proteger a indústria brasileira com imposto único de no máximo 5% ao invés de estipular 60% de imposto sobre o importado.

32.  Instituir imposto único sobre o trabalhador em 2%

E, enfim, deixar de ser colônia do resto do mundo fornecendo matéria prima e comprando produtos industrializados a preços impraticáveis.

*Daubert Gonçalves é Graduado em Gestão Pública, MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades, Auditor Interno ISO 9001/15 e coordena a estratégia e os trabalhos da equipe do GRUPO TOL.

Certificados (diversas áreas): https://www.grupotol.com.br/certificados-daubert-goncalves/

NOTAS SOBRE LIDERANÇA

Por Daubert Gonçalves*

No caudaloso rio da internet encontramos todos as frases, ditados e os mais variados conselhos que, “milagrosamente” vão resolver todos os seus problemas, mas, mesmo com toda essa “inspiração” ainda a maior parte é de transpiração.

Uma das grandes dificuldades para pessoas e empresas é a direção e determinação de liderança pois envolve uma gama infindável de combinações de características e situações que, não raras vezes, acabam indo na contramão da necessidade.

Liderança nada mais é que o fenômeno social que determina a influência entre pessoas dentro de um contexto para um objetivo específico.

Essa Liderança pode ter três estilos básicos:

Autocrática que se caracteriza pela centralização exigindo obediência do grupo com ênfase no lider.

Democrática com abertura para participação dos demais integrantes do grupo com ênfase dividida entre o líder e os subordinados.

Liberal com o mínimo de controle por parte do líder e com ênfase sobre os subordinados.

Mais precisamente no Brasil, em função das batalhas político ideológicas por interesses particulares, é costumeiro dizer que a liderança democrática é a mais indicada para qualquer empresa mas isso não é verdade.

O estilo de liderança tem que ser escolhido de acordo com a situação da empresa bem como a maturidade do grupo envolvido. Vou exemplificar.

Imaginem o seguinte quadro:

Durante uma reunião financeira, com 20 pessoas, onde os especialistas estão discutindo o melhor rumo a ser tomado o alarme de incêndio dispara e sinais de fumaça são notados por todos no andar.

Naquele momento o líder, não obrigatoriamente o chefe, tem que tomar decisões para minimizar os danos e preservar as vidas.

Pensando no objetivo, que é preservar vidas, analisemos de acordo com o tipo de liderança

Supondo que naquele momento seja escolhida a liderança DEMOCRÁTICA (ênfase dividida entre o líder e os subordinados) todos deverão permanecer sentados e, instalada a brainstorming até chegarem a um senso comum todos morrerão.

Escolhendo a liderança LIBERAL (ênfase nos subordinados), onde exceto o líder opinará, dezenove deverão escolher a melhor forma de preservar vidas. Para isso os subgrupos naturais agirão e haverá demora na formação dos grupos e, consequentemente, na decisão e todos morrerão.

Neste caso a liderança AUTOCRÁTICA é a ideal em função do pequeno tempo que a decisão deverá ser tomada alcançado assim o objetivo que diminui o período de resposta das atividades.

Lembrem que liderança autocrática não é sinônimo de ditadura ou satisfação pessoal; liderança democrática não significa colocar tudo em votação e liderança liberal não significa ausência de comando ou abandono do grupo.

Para que haja liderança três elementos são obrigatórios: líder, seguidores e a situação como já foi exemplificado.

O líder traz sua autoridade, seja ela formal ou informal, acompanhada dos traços de personalidade; os seguidores apresentam seus motivos, interesses e maturidade, que veremos em breve, e a situação é o que define não só o tipo de liderança como é o motivo desta existir.

Para definir o estilo de liderança situacional ou contingencial existe dependência obrigatória da habilidade do líder em detectar a necessidade do grupo para que o objetivo seja alcançado e, não raras exceções, pode-se utilizar os três estilos de liderança no mesmo grupo variando, apenas, a situação.

Cada estilo de liderança possui situações ou contingências específicas como nos exemplos abaixo:

Liderança autocrática: Utilizada para integrar funcionários novos e não conhecem o trabalho; com funcionários que não querem colabora e/ou não assumem responsabilidades; pessoas dependentes; situações de risco ou perigo

Liderança democrática: Indicada para condução de funcionários que conhecem bem o serviço; integrantes participativos, responsáveis e comprometidos com o trabalho e resultados; situações que não necessitam decisões imediatas.

Liderança liberal: Grupos onde a autogestão pode ser implementada pois o nível de capacitação dos funcionários é alto bem como o comprometimento com o objetivo.

Faço uma observação no sentido de se haver investimentos de formação nos integrantes do grupo para uma relação inversamente proporcional entre o aumento da comunicação e diminuição no tempo de execução.

*Daubert Gonçalves é Graduado em Gestão Pública, MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades, Auditor Interno ISO 9001/15 e coordena a estratégia e os trabalhos da equipe do GRUPO TOL.

MEU MUNDO E O CICLO PDCA

 

 

 

Por Daubert Gonçalves*

Baseado no trabalho de Francis Bacon, aristocrata francês considerado o pai da ciência moderna, o ciclo PDCA tornou-se popular pelo Dr. Edwards Deming, estudioso e considerado mentor do controle de qualidade moderno mas foi o trabalho de Walter Andrew Shewhart, físico e engenheiro que estipulou o “ciclo”.

Pensando em sua área, controle estatístico, Shewhart definiu que o controle estatístico de qualidade devia ser baseado em três etapas, especificação, produção e inspeção. O termo PDCA foi adotado na década de 50 por Deming em uma turnê de palestras pelo Japão que, segundo ele, com os termos em inglês ficariam mais próximos da intenção de Shewhart.

O que na verdade é um ciclo, o PDCA, é tratado no Brasil como matriz, ou seja, unidirecional porém, sua aplicação é intimamente ligada à melhoria contínua, por isso a necessidade de tratar de PDCA como ciclo e não apenas como uma matriz.

Ficou popularmente conhecido como matriz para solução de problemas afastando de sua aplicação original como programa de melhoria.

O trabalho que iniciei (ebook) utilizando ciclo PDCA pensa justamente nesta questão de retorno pois, ao invés de simplesmente repetir novas edições, a intenção é de atualiza-lo anualmente oferecendo um produto com as regras e comunicação do período mais recente.

Os trabalhos intelectuais também ficam restritos aos princípios físicos que impedem a construção do moto contínuo, a energia se dissipa em calor até o ponto de equilíbrio onde as forças se anulam e o indivíduo não consegue mais ir adiante. Por isso a escolha da atualização anual e não semestral como alguns insistem.

Tanto utilizado como ciclo ou como matriz o método PDCA pode e, na minha opinião, deve ser utilizado em todas as oportunidades, por menores que sejam, desde que a necessidade de velocidade permita. Não vamos pensar em PDCA, é claro, na ocorrência de um incêndio e você “do lado” de dentro das chamas mas, indubitavelmente o Corpo de Bombeiros utilizou em algum momento este método para definir e padronizar suas ações.

Como assessor de empresas utilizo e há anos os resultados são extremamente satisfatórios. Como estou focando em uma nova carreira no ramo imobiliário tanto como Avaliador de Imóveis como Corretor de Imóveis utilizar o método PDCA está me mostrando a versatilidade dos níveis Plan, Do, Check e Act principalmente com o uso da mais recente atualização que alterou o Check para Study.

O mercado imobiliário é extremamente dinâmico e, como disse Einstein, querer resultados diferentes agindo da mesma forma é pura loucura.

Nunca é perda de tempo, planeje, faça, estude ou revise e atue. Sua produção será sensivelmente aumentada, mas, lembre, que o centro de tudo continua sendo você.

*Daubert Gonçalves é Graduado em Gestão Pública, MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades, Auditor Interno ISO 9001/15 e coordena a estratégia e os trabalhos da equipe do GRUPO TOL.

 

SOBRE REDES SOCIAIS

*Por Daubert Gonçalves

As  redes sociais tem se tornado nas últimas décadas, indiscutivelmente, um local de paixão e ódio em função do grande número de adeptos e usuários gratuitos e pagos.

Esta paixão, minuciosamente capturada pelos milagrosos algoritmos, transformam uso em hábito e hábito em dependência para, claro, se tornar um empreendimento lucrativo.

O que a maioria das pessoas não percebem é a necessidade da “empresa” em tornar todos seus usuários dependentes desta vivência desde a época de ICQ e ORKUT (para quem ainda sabe o que foram estas plataformas; risos).

A genialidade destas pessoas que criaram as tais redes sociais marcaram esta época e, definitivamente, entraram para a história da humanidade formatando um novo mercado e criando uma nova perspectiva de contatos mesmo que em distância.

Com o passar das décadas um novo nível de controle foi instituído na humanidade ocidental baseado exclusivamente nesta “dependência” muito bem arquitetada e calculada com requintes de crueldade e visão no lucro que descobriam poder gerar.

O curioso mesmo é poder presenciar a íntima relação que os ditos usuários contemplam entre um ser biológico e os seres digitais elevando o nível de dependência à possibilidade de felicidade e esta é a definição clássica de “esperança”; esperança é o aumento de potencial baseado em fatos inexistentes.

Antes de prosseguir, porém, se faz necessário explicar a que tipo de potencial me refiro. Este potencial é a indelével sensação de que tudo é possível e realizável pelo único motivo de querer e se sentir capaz.

Prosseguindo no raciocínio, nas redes sociais, por mais trágico que seja o momento, todos são “felizes” e “realizados”. Os “construtores” conseguiram aumentar o potencial individual baseados em fatos inexistentes e, segundo consta, este é exatamente o mesmo efeito de psicotrópicos, anfetaminas e outras drogas físicas para o físico que resultam em movimentos psicológicos

Quem lê este texto conhece com toda certeza alguém que acorda, literalmente, com o celular em rede social vendo post, mensagens e outros que, de alguma forma, acredita na tentativa da plataforma contribuir para seu aumento de potencial, mas, como relatos, toda boa droga dura pouco e, em poucos minutos, numa nova dose é necessária.

Pois bem, temos que lembrar que, segundo pesquisas e informações prestadas por amigos e amigas médicas, como todo “psicotrópico”, as redes sociais alteram a função cerebral, humor, consciência e comportamento levando muitas vezes ao isolamento de convívio pessoal (considerando condições sociais normais e adequadas) e tudo isso com a esperança de uma vida ideal e felicidade contínua demonstrada sem a possibilidade de demonstrar a realidade como é; que o ser humano possui fases, momentos, ciclos e que a “terra prometida” nunca foi encontrada.

A partir deste momento as mesmas frustrações, angústias, desesperos e desequilíbrios vem à tona e ressoam na alma despreparada em busca de, pelo menos, demonstrar felicidade para o alheio e a próxima dose são os minutos de tela de cristal elevando suas sensações ao contato com o “touch screen”.

Se formos pensar em relações verticais onde há um viciado há um traficante.

Após toda sensação de “nirvana” e na desastrosa queda à realidade e quando uma nova “dose’ é “necessária”, ainda mais, quando o “fornecedor” tem certeza absoluta que você está capturado pelo vício já instigado, praticado e confirmado através de centenas de horas de uso qual a melhor tática para passar a lucrar?

Suspender o fornecimento gratuito.

Isso meus pais já me diziam desde a década de 70 como era nas ruas, que “alguém” te ofereceria “algo” gratuito, depois um pouco mais, depois um pouco mais até a hora que a certeza de sua dependência fosse clara e notória para “suspender” o fornecimento.

Levando isso para as redes sociais é justamente no ponto em que você não vê mais suas métricas tendo o desempenho que você estava “acostumado(a)” e, de certa forma, sua “necessidade” de continuar se “mostrando” vencedor atrás de uma tela “líquida”.

Esta reflexão é necessária para que o “poste não faça mais xixi no cachorro”, ou seja, os usuários e as usuárias, gratuitas ou não, precisam ter consciência que o único ser academicamente e empiricamente sociais é o ser humano e que as redes sociais SÓ EXISTEM PORQUE EXISTEM HUMANOS QUE AS ALIMENTAM.

Na década de 90 eu empunhei a bandeira do ser onisciente das redes eletrônicas e, na época, faltou muito pouco mesmo para me internarem rs. Hoje nos deparamos com cálculos de presença virtual, algoritmos, inteligência artificial e, repito, todo um organismo “vivo” que se alimenta da energia dos seres biológicos e os torna dependentes fazendo-os acreditar que os seres biológicos é que existem em função dos seres digitais.

Esta época chegou e estou muito ansioso de encontrar algum dos meus “amigos” que “chacotaram” minha teoria mas este é um outro assunto. O que me levou mesmo a escrever este artigo é a petulância das redes sociais se acharem o ser supremo da humanidade, se colocarem sorrateiramente no lugar da única divindade existente e, neste exato momento, uma epifania me ocorre baseado exclusivamente em observação: Seria este o motivo de tanto esforço de algumas (não todas) redes sociais tentarem substituir os graus de parentesco, família, igreja, leis e filosofia já existentes?

Como já repeti centenas de vezes, o ocidente possui um tripé de constituição forjado no decorrer dos séculos formado por leis romanas, filosofia grega e cristianismo. A partir do momento que o “zoon politikón” (animal político, mais precisamente social, definição de Aristóteles para o ser humano) se depara com a falta de qualquer elemento deste tripé sua necessidade de segurança, muito bem explicada por Maslow, aparece na incauta procura pela substituição para “preencher” o vazio que se formou e essa busca desesperada pode ser preenchida unicamente com o aumento de potencial. Aumento de potencial “fornecido” em muitos casos pelas redes sociais onde tudo tem obrigação de ser belo, ser esperançoso e relativamente fácil.

O alerta que trago neste artigo, 30 anos depois da minha primeira percepção de inversão de reconhecimento planejado, é que os leitores se conscientizem que o elemento mais importante das redes sociais são os humanos, sem os quais as redes não existiriam e que, mais ainda, são as redes sociais que dependem de nós e não nós delas.

Vamos lembrar que, apesar da modernidade e a “necessidade gerada diuturnamente de altos conhecedores de tecnologias” só e somente só existem porque nós OS HUMANOS somos mais, muito mais, essenciais para o planeta terra que as redes sociais.

Se hoje, neste exato momento, uma hecatombe tecnológica ocorrer e toda e qualquer forma de tecnologia desaparecer somos NÓS, OS SERES HUMANOS, quem reconstruirá tudo novamente de acordo com NOSSA VONTADE E NECESSIDADE mas, porém, se o inverso acontecer, não existe, por enquanto, registro de auto gestão e/ou retroalimentação digital para que o “sistema” continue a existir.

Tenha consciência que suas paixões e ódios estão sendo manipulados por algoritmos planejados por gênios que querem sua dependência biológica e orgânica em algo que absolutamente ninguém pode tocar.

*Daubert Gonçalves é Graduado em Gestão Pública, MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades, Auditor Interno ISO 9001/15 e coordena a estratégia e os trabalhos da equipe do GRUPO TOL.

Certificados (diversas áreas): https://www.grupotol.com.br/certificados-daubert-goncalves/